O Carvalho a abraçar o Suleimane que conheceu era este cabo milicia comandado pelo Paulo Santiago no Pel.Cac.Nat 53
Filho do Régulo Shambel de Contabane (entre Aldeia Formosa e Saltinho), viu a sua Tabanca ser totalmente queimada no dia 22 de Junho de 1968, num violento e longo ataque do PAIGC . Os dois grupos de combate aí estacionados da C.Caç 2382, regressaram a Aldeia Formosa, com a roupa que tinham no corpo, dois dias depois, exactamente no dia em que eu lá pelo norte em Ingoré, me divertia numa Marcha de S. João. A guerra tinha destas coisas.
Ingoré 1968 -Marcha de S. João
Todas as moranças, e bens pessoais da população e dos militares fora destruídas pelo fogo. Restaram cinzas e lágrimas.
A população distribuiu-se numa primeira fase por Aldeia Formosa, Saltinho, Mampatá Forreá, etc. até ser reagrupada em Sinchá Shambel,( nome que quer dizer “terra de Shambel” em honra de seu pai) no Saltinho.
Um mês depois coube à minha Companhia fixar-se na zona, onde ficou até ao fim da Comissão.
O Suleimane, começou por fixar-se em Mampatá no grupo de milícia, onde nos conhecemos, depois foi para a Chamarra. Como pelos lados de Gandembel a “festa” aquecia, foi deslocado para lá, tendo passado uns tempos em Ponte Balana.
Decidida a retirada estratégica desses destacamentos, o Suleimane foi colocado de novo na Chamarra e posteriormente foi engrossar o Pelotão de soldados nativos organizado e comandado pelo Paulo Santiago no Saltinho.
Hoje, com 73 anos bem vividos e bem conservados, quatro mulheres e 21 filhos, vive, tanto quanto nós, os combatentes da “Metrópole”, a nostalgia daqueles tempos. Recorda, nomes, fisionomias, tiques de antigos comandantes e camaradas. Quer revê-los, abraçá-los. Recordar aventuras e estórias, momentos de luta, sofrimento e dor, bem como momentos de alegria e festa que também tivemos.
A Mãe do Suleimane, hoje, com 98 anos bem vividos, veio receber-me num abraço apertado e lágrimas nos olhos, gritando: Branco na volta, branco na volta !
O Ano passado, voltei. A Ádada voltou a receber-me com carinho e tive o prazer de abraçar o Suleimane.
Agora, foi a vez de ele nos vir visitar.
Um nome – Capitão Rui, onde está? Era o Capitão da C. Caç. 2382 que defendeu a população de Contabane, no terrível ataque de Junho de 1968.
Outro nome – “Alfero” Barbosa (muito alto), da minha companhia com quem conviveu na Chamarra (infelizmente já falecido)
Obrigado Suleimane, por estes belos momentos que voltamos a reviver.
ola teixeira
ResponderEliminaro capitao da 2382 nao era rui mas
carlos nery de sousa gomes araujo
tenho pena de nao ter estado aí na ultima quarta feira mas estou com gripe e foi empossivel
Teixeira
ResponderEliminarUma precisão ao teu texto,o
PELCAÇNAT 53 foi comandado por
mim,não organizado.Eu rendi o
AlfMil Mota,natural da Póvoa do
Varzim.Tirando esta imprecisão,
o texto está óptimo.
Abraço
cTalvez o Suleimane se referisse ao Capitão Rei da C. Caç 1792- Os Lenços Azuís, que estava em Aldeia Formosa,um grande militar, infelizmente já falecido.
ResponderEliminarZé Teixeira
Era a mim que ele se referia, Capitão Araújo, que pode parecer Capitão Rui, por estranho que possa parecer a quem não conheça a Guiné e a sua gente... Sábado último, almoçámos, minha mulher e eu, com o Suleimane e com seu primo Julde Baldé, no "Carlos" da Aldeia do Meco... Feijoada de marisco e "manga" de recordações... Um convívio muito gratificante... Ficou um desafio: Venham à Guiné, terminada a época das chuvas...
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