quarta-feira, 22 de junho de 2011

P571 - ASSOCIAÇÃO TABANCA PEQUENA - ENCONTRO ANUAL DE CONVÍVIO E SOLIDARIEDADE


A Tabanca Pequena – Grupo de Amigos da Guiné-Bissau, vai realizar um ENCONTRO / CONVÍVIO aberto a todos os seus associados familiares e amigos, no próximo dia 16 de Julho de 2011.

Alguns de nós cruza-mo-nos às Quartas-feiras na Tabanca de Matosinhos. Outros há, que por razões pessoais, profissionais, da distância ou outras, raramente se comunicam.


Estamos unidos por laços de amizade e solidariedade que são a razão da existência da nossa Associação. Há que alimentar esta corrente que une tantos ex-combatentes da Guiné.



Assim sendo, vimos por este meio convidar todos os associados, seus familiares e amigos a partilhar o nosso ENCONTRO / CONVIVIO.


Agradecemos a inscrição até ao dia 13 de Julho para:
Zé Teixeira: 966238626
Zé Rodrigues: 967409449



15 gotas de água por pessoa 


Inscreve-te.
Inscrições limitadas.



quinta-feira, 16 de junho de 2011

P570 - CART 6250 "OS UNIDOS DE MAMPATÁ" UNIDOS PELA VIDA E PELA MORTE

O Napoleão, foi um soldado da nossa Companhia "Os Unidos", pessoa afável, sempre com um sorriso, duma simpatia contagiante e duma simplicidade, que só os grandes homens têm. Apesar de no mundo de hoje isso passar quase despercebido à maioria.
Em 2009, o XXXV Encontro, foi em casa do Carvalho, o nosso furriel "Dotô", e foi o ultimo encontro com o nosso camarada Napoleão.
Apesar de já estar gravemente doente. Mas pela sua maneira de ser não o deixou transparecer, o seu sorriso não foi apagado pelo mal que o consumia. No ano seguinte, fomos até Paços de Ferreira e aí, pela primeira vez, o nosso Napoleão faltou…


Em seu lugar vieram a Filha e Esposa, mas traziam uma mensagem, de coragem e solidariedade. Mesmo de amor. Um postal com a foto do Napoleão com esta frase:



"OBRIGADO CAMARADAS PELOS MOMENTOS QUE PASSAMOS JUNTOS.
ATÉ SEMPRE”.

Napoleão 
 

A verdadeira coragem,
Está na nobreza dos gestos e pensamentos.
A  tua mensagem num momento tão difícil,
Foi um hino à amizade,
E caiu bem fundo dentro de nós.
Naquelas picadas nunca caminhávamos sós, 
O nosso olhar guardava aquele que nos precedia,
E as nossas costas protegidas,
Pelo camarada que ia mais atrás.
Assim…
 Nasceram amizades que não têm fim.
Todos nós da Companhia dos UNIDOS,
Estamos orgulhosos por te termos tido,  
como camarada e amigo.
Obrigado Napoleão.

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 A nossa Companhia vai este ano realizar o seu 37º. encontro em Santo Tirso, como sempre num local escolhido pelos organizadores, que tanto pode ser a sua casa se para isso houver condições, ou num Parque, Junta de Freguesia ou Associação. E onde cada família leva o seu almoço ou petisco e onde todos podem picar. Quem aparecer sem ementa não fica em jejum podem ter a certeza.
Este ano os camaradas Manuel Campos 937 435 845 e Joaquim Rodrigues 962 312 755 escolheram a Associação de Solidariedade Humanitária de Monte Córdova para o efeito, no dia 9 de Julho de 2011

Este ano é tempo de sermos nós a homenagear o nosso amigo Napoleão.

ATÉ SEMPRE NAPOLEÃO.

Zé Manel

quarta-feira, 15 de junho de 2011

P569 - A ASSOCIAÇÃO TABANCA PEQUENA CRIOU UM SITE


http://www.tabancapequena.com/


A Associação Tabanca Pequena - Grupo de Amigos da Guiné-Bissau, surgiu, como todos sabem, a partir de um sonho que foi ganhando forma na Tabanca Pequena de Matosinhos & Camaradas da Guiné. Uma Tertúlia formada por combatentes da Guerra Colonial que se bateram por Portugal naquele País em tempos que era considerado como uma Província Portuguesa do Ultramar, mas aberta a toda a gente que sinta bem.
Todas as Quartas Feiras, a Tertúlia TABANCA PEQUENA DE MATOSINHOS  se encontra num franco e saudável  convívio para viver e reviver os tempos de hoje e de ontem, com alegria e esperança no futuro.
A Associação Tabanca Pequena,  vocacionada para ajudar os povos da Guiné e alimentada continuamente por esta corrente de solidariedade efetiva formada por antigos combatentes que procuram no convívio e na amizade uma forma de estar na vida, rapidamente ganhou forças para pôr em prática os seus  projetos de solidariedade para com os povos da Guiné-Bissau. 

Para melhor dar a conhecer o que tem feito e sonha fazer criou recentemente o Site: 
http://www.tabancapequena.com/

Através deste Site, a Tabanca Pequena pretende fazer passar toda a informação sobre as suas atividades, projetos e sonhos.

 Zé Teixeira

P568- SEMENTES E ÁGUA POTÁVEL PARA A GUINÉ-BISSAU

VAMOS ABRIR UM POÇO EM DJUFUNCO NO NORTE DA GUINÉ-BISSAU


Uma feliz iniciativa da Escola de Ténis da Maia

Tudo começou quando uma aluna da Escola de Ténis da Maia, a Sandra Ribeiro, tomou conhecimento dos nosso objetivos através da Internet. Sentiu-se motivada, não fora ela escuteira e procurou saber como podia ajudar. 
Transmitiu o seu entusiasmo ao Professor Nuno Carvalho que de imediato aderiu e convidou o Pedro Barros. Um trio excelente. Um projeto excelente.
Inspirados e motivados decidiram lançar um Torneio de Ténis.
 




Deram-lhe o nome:Torneio Uma Gota de Água para a Guiné-Bissau.
 

Definiram os objectivos: Juntar o capital necessário para construir o poço e fontanário em Djufunco na Guiné-Bissau.
Apelou-se à Câmara Municipal da Maia que cede graciosamente o espaço.
Começaram a fazer contactos com tenistas no sentido de angariar patrocínios.
Em simultâneo vão organizar um Churrasco convívio com sardinha assada e grelhados, com o apoio de diversas firmas da Maia. pretende-se que o valor da receita reverta inteiramente para o projeto.
O trabalho, esse vai ser repartido por esta equipa simpática e pelos associados da Tabanca Pequena.


Mais que um Torneio de Ténis, este evento, por vontade dos organizadores vai ser uma festa convívio aberta a familiares e amigos dos tenistas e a todos quantos se sintam ligados à Guiné.
A entrada é livre.


Inscreve-te  para o almoço convívio na Tabanca de Matosinhos ou através do "Site":
http://www.umagotadeaguaparaaguinebissau.tk/



Mais informações nos links: http://www.tabancapequena.com/
                                     http://www.umagotadeaguaparaaguinebissau.tk/

Zé Teixeira

terça-feira, 7 de junho de 2011

P567- AS CRÓNICAS DO ZÉ RODRIGUES

CRÓNICAS DAS MINHAS VIAGENS À GUINÉ-BISSAU
A PRIMEIRA VIAGEM – 1998
6 – BUBAQUE (BIJAGÓS), A OUTRA GUINÉ…… COM SABOR A FÉRIAS
Depois do pequeno-almoço no Capé (Bafatá), partimos para Bissau a tempo do almoço no Restaurante Asa Branca, propriedade de um alentejano, bem no centro da cidade.  Partilhamos o repasto na companhia do nosso amigo Candé, que nos iria acompanhar depois até ao aeroporto para um voo com destino a Bubaque. Esta parte final da nossa presença na Guiné, com um cheirinho a férias, foi o preço que tive que pagar para as senhoras me acompanharam nesta viagem. Mas, convenhamos que, depois de uns dias tórridos na zona centro/leste do país, impunha-se um pequeno período de relaxe, de usufruto da natureza e do convívio com alguns dos aspectos da cultura deste povo animista, muito conhecido pelas suas esculturas, quase sempre referidas na literatura especializada no estudo das origens desta antiga arte Africana. 
Alguns episódios, completamente inesperados e que rodearam esta viagem até Bubaque, iriam transformar-se nos momentos mais agitados de toda a nossa estadia na Guiné. Desde momentos bizarros e rocambolescos, até ao receio pela nossa segurança, de tudo um pouco aconteceu.

Depois das elementares formalidades de embarque, dirigimo-nos para a placa do aeroporto e, de imediato, procuramos visualizar o nosso meio de transporte. 
Lá ao fundo, um pouco à esquerda, encontravam-se dois helicópteros e um pequeno avião. 
Saquei da minha Sony e apressei-me a registar imagens das aeronaves. De repente, um agente da autoridade puxa-me por um braço e informa-me que tenho que lhe entregar a cassete vídeo, porque estava a filmar em local proibido. (Para nos situarmos, registe-se que nesta data vigorava em Bissau o regime de partido único). Tentei, com calma, explicar-lhe que desconhecia a proibição, que não via qualquer risco para a segurança do país etc. etc. etc. Não tendo conseguido demover o agente da autoridade, recusei veementemente a entrega da cassete, porque tal significaria perder imagens únicas e irrepetíveis desta viagem à Guiné. Perante a minha recusa e a estupefacção dos meus acompanhantes, o agente levou-me para a esquadra do Aeroporto. Era a Guiné e a África destes tempos. Fiquei rodeado de alguns agentes da autoridade num espaço exíguo e, fizeram-me sentar numa cadeira. Exigiram-me o passaporte e ameaçavam retirar-me a máquina de filmar. Voltei aos mesmos argumentos, tentando de forma firme, mas respeitadora, explicar-lhes o que significava perder as imagens de uma viagem há tantos anos sonhada. Continuaram irredutíveis. Já não sabia o que mais fazer. Num relâmpago, ocorreu-me a ideia do suborno. Depressa desisti, porque poderia ser pior a emenda que o soneto. Enquanto isso, lá fora, os meus familiares procuraram, e encontraram, o nosso amigo Candé a quem contaram o sucedido. Apercebo-me da entrada de mais uma pessoa. Era Candé. Coloca-me a mão no ombro e diz-me para estar calmo. Sinto-me agora mais confiante. Até aí, sentia-me perdido e prestes a desistir. Candé, dirige-se aos mais graduados e troca com eles algumas palavras em crioulo. Inesperadamente, diz-me para me levantar e para sair para junto dos meus. Quando saí daquele abafado espaço, respirei bem fundo, devido ao ar sufocante e ao alívio da situação. Os meus familiares, meio incrédulos, viveram momentos de ansiedade. Candé voltou para junto de nós e, devolvendo-me o passaporte, disse-nos que estava tudo resolvido. Enquanto isso, o avião para Bubaque esperou por nós mais de uma hora. Informados os pilotos de que estávamos prontos, recebemos indicações para nos deslocarmos para o aparelho. Os inevitáveis abraços ao Candé e lá nos dirigimos ao aparelho. 

Tratava-se de um mono motor muito antigo, de dupla asa, pertencente à “ASTRÁVIA” e com capacidade para dez passageiros. Acomodamo-nos. Tínhamos por companhia dois pilotos na cabine e uma simpática hospedeira, todos eles guineenses. Estava-mos a meio da tarde e um calor asfixiante dentro do aparelho.
O avião começou a movimentar-se na pista, preparando-se para a descolagem. A cabine de pilotagem não teria porta, o que permitia que os passageiros assistissem aos procedimentos do voo. Do tecto da cabine pendia um qualquer instrumento de medição que os pilotos consultavam. Tudo a postos e o avião descolou normalmente. Poucos minutos depois já estávamos sobre a água e, para além dos bancos de areia, começaram a ver-se os contornos de algumas ilhas. No aparelho, os tirantes que uniam as asas vibravam, mas o voo, de cerca de meia hora, decorria sem grandes oscilações. Os pilotos iam consultando o aparelho suspenso na cabine e tudo parecia bem. Um deles calçava um sapato rasgado na costura do calcanhar e as peúgas eram diferentes. 

Viam-se agora com nitidez várias ilhas e sentimos que o aparelho iniciara a descida, apontando na direcção de uma delas. De relance vêem-se várias construções e uma linda praia bordejada de arvoredo, que sobrevoamos em direcção à pista de terra batida. Estava-mos longe de imaginar o que nos esperava na aterragem. O avião faz-se à “pista”, desce normalmente e toca suavemente no solo e, de repente, sobe bruscamente aí uns dez metros. A pista começa a ficar curta e ao fundo, termina com árvores de elevado porte. Perante esta inesperada situação, os pilotos “atiram” o avião para o solo com tal força, que todos nós, sacudidos nas cadeiras, soltamos um assustado grito com a violência pancada. Apesar do grande susto, lá conseguiram imobilizar o avião próximo do fim da pista. O trem de aterragem fixo, era dos rijos. 
Desde o episódio com a polícia no aeroporto de Bissau, até esta aterragem na ilha de Bubaque, estas “férias” nos Bijagós prometiam. Num jipe sem cobertura e com os cabelos soltos ao vento, fomos conduzidos até ao “Maiana Village”. Esta unidade hoteleira, propriedade de um casal francês, ficava sobranceira a uma pequena falésia, bem junto ao canal que nos separa da Ilha de Rubane. Estava equipada com vários bungalows individuais, um salão restaurante, uma agradável esplanada e, de uma pequena piscina. No jardim, bastante arborizado, pontuavam muitos lagartos que se deliciavam com as sempre presentes formigas.

Resolvidas as formalidades da chegada, fomos deliciar-nos com um banho na piscina. Na esplanada e enquanto aguardava-mos o jantar, comentamos as peripécias deste dia inusitado. 

Era-mos os únicos hóspedes do hotel. Ao jantar foi-nos servido um prato de massa com “estilhaços” de carne que, como habitual nos franceses, enchia mais os olhos que o estômago. 

A temperatura por aqui, neste delta com 88 ilhas e ilhéus, é bem mais amena que na parte continental da Guiné. Caiu a noite e, antes de nos recolhermos, decidimos que o dia seguinte seria de descoberta da ilha, das suas gentes e das suas praias.
Continua………..