É muito difícil abordar um tema destes quando dele somos também protagonistas (posso cair em gabarolice) – acho que efectivamente devo fazê-lo – com 8 dias de atraso, mas escrevo e curto… Este atraso está directamente proporcional às duas horas que eu demorei a percorrer afinal 25 Km para ir à nossa festa (às 4ªs feiras demora-me 20 minutos mais ou menos)…
Quando cheguei, meio nervoso e a correr: Milho Rei adentro com duas violas na mão e um cavaquinho que a mulher levava a andar depressa – fez a clientela para além da nossa sala se interrogarem – mas que "raio de acontecimento" vai haver ali dentro? Se me tivessem perguntado eu diria: ah, sou eu que me atrasei pelo caminho e vou ter com os meus amigos que me esperam - e quando vamos ter com os amigos devemos estar felizes e essencialmente colocarmo-nos ao seu serviço com o material que temos e dando aquilo que mais gostamos de fazer… É bom vermos as pessoas dizerem – alto que já chegou, ainda bem, mas os atrasos dão nisto – não pude fazer "biquinho" para a comida, foi logo comer naturalmente. Não era peixe com arroz de pilão (bianda) – temos que ir ao dicionário do Marques Lopes ver isto, e açúcar… Muito menos os copos eram de água, eram de vinho e do bom e para mim – terrível defeito decerto, cerveja. Gente feliz, solidária alegre, em celebração do Natal quer dizer – da amizade que mais nada do que isso se trata… Gente que gosta uma da outra, andou numa guerra e tem um elo forte que os une e pode usar o mesmo discurso – GUINÉ. É por demais evidente que não é o comer, todas as 4ªs feiras umas sardinhas ao meio dia que nos faz ser "tabanca", é essencialmente por já como que nos considerarmos uma família que logo damos por ela quando um de nós falta… Isto quer dizer, que cada vez mais faz sentido a Ceia de Natal na "nossa tabanca"
E então surge a parte artística… Não há dúvida que houve um enriquecimento muito grande na parte em que "ensarilhamos as armas" e pegamos nos instrumentos musicais… O cavaquinho, a braguesa, a guitarra as violas… Não tocamos tão desafinados assim, fizemos o que pudemos e bem em favor de todos os nosso amigos… Fez-se o que se pode e sem ensaios, as coisas saíram muito bem…. Para já uma coisa vi – temos pernas para andar neste caminho, e porque não fazê-lo? Um grupo de cantares da Tabanca de Matosinhos… arranjava-se tempos para ensaio e pronto… Pela predisposição que vi, breve temos mais músicos, tenho a certeza, e depois, é só crescer… Um ensaio quinzenal por exemplo, não seria mal. depois de se arranjar um reportório e claro englobado os cancioneiros da Guiné mas nunca esquecendo as cantigas de nossas terras que são lindas e fazem parte de nós… FICA A IDEIA…
E a ceia terminou e afinal… parece que ainda era cedo para nós que estivemos e ficamos felizes – mas isso já é nosso hábito, ser felizes como sabemos…
Um forte abraço a todos,
David Guimarães
FELIZ ANO NOVO
Eis que finalmente chega o David
Já não era sem tempo
Mas a tempo do concerto...