quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

P033-Cada um pensa como pensa


Cada um pensa como pensa, e o que acha que está bem. E há circunstâncias em que temos de objectar e confrontar os outros com o nosso pensamento. A formas como o fazemos é que têm que variar de acordo com as circunstâncias. Além disso, temos que considerar que cada um tem a sua maneira própria de colocar as sua opiniões. E, sabemos, nem sempre encontramos a melhor forma para o “público” que nos ouve.
A nossa experiência e vida, a nossa juventude, para nós que estivemos na guerra, foi um marco (vou chatear-vos proximamente com mais um bocado da minha…ah!ah!ah!) de onde partimos para lá, infelizmente. Mas gostaríamos que não tivesse sido assim. Não nos admiremos que nos possamos agarrar a ela com saudade e ponto de referência.
O Freitas fez a intervenção normal do Presidente da APVG para mobilizar e incentivar a generalidade dos veteranos de guerra perante o poder político (fomos defender a Pátria, e têm que ter isso em conta, considerar-nos e tratar-nos como tal…, etc. Há que considerar que uns acham que sim, embora outros achem que não, que foram somente obrigados e que apenas tentaram safar-se – como é o meu caso). Embora este, poder político, intimamente se esteja cagando para estas considerações, ou por convicções políticas ou por mero desprezo, mas, como tal, tem de ouvir isto assim. Disse-me que tinha falado como ex-combatente, situação em que ali estava. Mas eu também lhe disse que devia ter dito que era o Presidente da APVG e, assim, talvez não tivesse havido as reacções que houve, todos teriam compreendido. Mas é verdade que ele, como nós, é um ex-combatente (Angola e Moçambique) e merece consideração e respeito.
E aqui o cerne da questão. Nós somos um grupo de convívio e de recordações, sem objectivos de agregação de qualquer género, a não ser estar juntos, não fazemos discursos com tais objectivos, apenas comemos, bebemos, falamos, “amizadamo-nos”, cumprimentamo-nos e abraçamo-nos. Somos amigos. Tudo na base do passado comum. Não me parece, por isso, que seja de reagir de forma ostensiva (e ofensiva) contra opiniões que não nos quadram. Eu tenho as minhas (e muitos de vós sabem quais são) e cada um terá as suas. Mas há apenas que dizer que sim ou que não, que estou de acordo ou que não estou. E pode-se dizer porquê, claro. Nas calmas.
Camarada Freitas, aparece na próxima quarta-feira e traz o vinho da tua quinta.

1 comentário:

  1. Caro Lopes,
    Já te pedi desculpa pessoalmente e escrevi agora o meu pensamento.
    Um abraço de amizade

    ResponderEliminar