domingo, 23 de maio de 2010

P433-MEMORÁVEIS E COMOVIDOS ENCONTROS

O da esquerda é o Luís Malan Sanhá, que foi sapador do comando do BCAV1905 de Bafatá. Participou em algumas operações em Sinchã Jobel e testemunhou o rebentamento da mina que me feriu e matou o capitão Guimarães e o soldado Domingos Gomes. Passou depois para a CCAÇ3. A seguir está o Amadú Ocha Djaló, que foi meu guarda-costas no meu pelotão de balantas (já explico...) da CCAÇ3. Depois de mim é o André Malaca desse meu pelotão.
Nas fotografias de baixo:
O meu guarda-costas Amadú Ocha Djaló e eu no mato, e ontem no convívio da CCAÇ3. Lembrámo-nos que fui eu que quis que ele fosse para o pelotão dos balantas, apesar de ser fula. Que o capitão se admirou mas que ele disse que ia porque eu queria. Lembrámo-nos que eu não estaria ali se ele, numa operação em Sambuiá, não me tivesse salvo: numa emboscada, eu, baralhado dos ouvidos, virei-me de costas para o local onde o IN estava, mas ele deu-me um empurrão para o chão. Grande amigo!
As outras no fim também têm história muito curiosa. O José António Ramos Alves foi o alferes que eu fui substituir em Barro na CCAÇ3. Mas eu não soube quem ia substituir porque ele já lá não estava, tinha ido para o HM241. Sem sabermos deste episódio, encontrámos-nos alguma vezes em Lisboa depois do 25 de Abril, porque tínhamos sido colegas no seminário, mas nunca nos passou pela cabeça de falar de guerra, e ficámos com o contacto um do outro. Há dias, ele viu no livro "Diário da Guiné 1968-1969, Na Terra dos Soncó", do Mário Beja Santos algumas fotografias minhas da CCAÇ3. Telefonou-me para explicações e foi quando chegámos à conclusão que eu fui para a CCAÇ3 em Maio de 1968, precisamente o mês em que ele foi para o hospital, mas não nos encontrámos.
Chegámos à conclusão que eu tinha sido o substituto dele. E encontrámo-nos ontem na Anadia. Foi um dia de emoções.
A. Marques Lopes

3 comentários:

  1. Dia memorável para ti, bom amigo.
    abraço

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  2. Eh! Pá... Que coisa bela!
    Só imagino mas mesmo assim dá para sentir algo parecido com os solavancos cardíacos a que foste sujeito.

    Um grande abraço

    Carvalho de Mampatá

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  3. Não sou bébé... mas sou um bocado chorão, em certas circunstâncias. E confesso que me vieram as lágrimas aos olhos quando abracei o Ocha.

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