Semanalmente à Quarta-Feira,
desde Maio de 2005, um grupo de combatentes da Guiné, vai dar duas de conversa
na Tertúlia da Tabanca de Matosinhos e aproveita para dar o gosto ao dente no
Restaurante Milho Rei em Matosinhos.
Por volta do meio-dia, começam a
surgir os convivas. Ali à porta do restaurante juntam-se por, vezes aos
magotes.
Quase todas as semanas há “caras
novas” com novidades. Ou porque estiveram em tal sítio, onde por lá passou
também um ou outro conviva habitual, o que gera logo ali conversa que vai durar
e alastrar a outros convivas até ao fim do repasto; ou porque se encontra um
velho camarada que nunca mais se voltou a ver, desde a passagem à “peluda” e de
repente surge ali como por encanto para um aperta costelas bem sentido; Ou
porque foram no mesmo barco e passaram pelas mesmas tabancas. Uns andaram pelo
Norte, outros pelo Sul ou pelo Leste. Possivelmente não se cruzaram no terreno mas
conhecem os locais, as mesmas pessoas nativas, com quem conviveram. Combatentes
da Metrópole ou naturais da Guiné, ligações afetivas que com o tempo se
perderam.
Todos conhecem bem os locais de
alto risco, que aqui ou ali trilharam, o que aliás, eram comuns em todo o
território. Tudo o que foi vivido pelos combatentes na Guiné é tema de conversa
num retorno ao passado, que teima em “navegar” nas nossas mentes.
Este iniciar de “hostilidades”
à porta do restaurante prolonga-se no interior. A conversa é como “as cerejas”.
Alarga-se e prolonga-se. O tempo parece que voa no meio dos copos que se
esvaziam - à nossa saúde!
As histórias repetem-se e
revivem-se como se fossem passadas hoje. Contam-se cenas que os estranhos ao
processo chamariam de mirabolantes, mas que foram realidades concretas e
vivenciadas por todos nós. Por tal razão são ouvidas e partilhadas pelos
presentes com profundo respeito. Talvez reflitam um certo de romantismo em
resultado do tempo que passou e de algum modo libertou da carga dramática em
que se viveram, mas não deixam de ser o retrato fiel de acontecimentos
verdadeiros, que, só quem por lá passou compreende verdadeiramente.
Nota-se nos que ali vão pela
primeira vez, a emotividade própria de quem ainda, talvez por falta de alguém
com quem desabafar, não se libertou da carga emotiva que os acontecimentos lhe
provocaram.
Mudam-se os tempos, alteram-se
as condições sociais e económicas, surgem preocupações novas, com que nunca se
sonhou, mas a Tertúlia da Tabanca de Matosinhos continua.
Há quem faça deste local ponto
de encontro dos seus amigos da Guiné, para festejar a sua amizade selada nas
bolanhas.
Há quem faça deste local ponto
de encontro para no seu aniversário, festejar a vida, com os seus amigos.
Há quem faça ponto de honra. Todas
as Quartas-Feiras ali se encontrar com os seus amigos.
Transformamos a sala do
restaurante numa caserna, com a sua linguagem caraterística, os “dichotes” e as
“partidas” que a ninguém ofendem e só servem para animar a malta e nos fazer
sentir mais jovens.
Desta vez, apareceu por cá o
já nosso conhecido Grupo de Bedanda, para celebrar a fraternidade que se
alimenta na quadra natalícia, com a sua alegria peculiar, a sua forma de viver
a amizade muito própria. Apareceram em tempos, para ver como era e logo
ficaram. Alargaram o grupo, ou será que o grupo se criou e solidificou de forma
natural?!
De vez em quando aparecem em
magote e animam a malta. Para não correrem risco de saúde trazem médicos aos
pares.
A Tabanca de Matosinhos
continua a ser uma porta aberta para os combatentes.
Uma visão da sala de jantar no dia 19 de Dezembro
Os médicos Mário Bravo e Amaral Bernardo em amena cavaqueira - é que os bravos de Bedanda apresentaram-se ao repasto com dois médicos, não vá o diabo tecê-las!
Vieram os velhos e os novos e...
... E os mais novos.
A alegria nunca falta. Que o diga o João Rebola e o Batista ...
Ou o Barbosa.
O Álvaro Basto, Presidente da MAG, recentemente promovido a... tesoureiro ajudante, ou, talvez a Tesoureiro Mor preocupado com as contas.
No que toca a comer... o Carvalho ganha sempre. Que apetite meu Deus!
De que ano será este Brandy Mosca? Perguntem ao Emílio.
O Vasco e o Agostinho a defender as saus teorias quanto à estratégia do FCP, ou será a da próxima saída para o mato?
Depois de barriga cheia, continua-se a conversa.
...Ou vai-se para a sala de operações discutir a estratégia
José Teixeira
Um dia destes até que ganho coragem e me vou apresentar ao batalhão do Milho Rei.
ResponderEliminarQuantas veses me cruzo com malta que quase tenho a certeza que conheço e ponho-me a pensar de onde é?Quando vejo estas fotos verifico que afinal é malta que se reune na almoçarada da Tabanca Pequena.
Bom um abraço e um bom Ano.
Henrique Cerqueira