sábado, 8 de outubro de 2011

P590 - PEQUENOS GESTOS QUE DÃO ESPERANÇA DE VIDA À COMUNIDADE DE ELALAB.



Cercada de rios e riachos. Isolada do mundo. Com uma única saída por terra. Um estreito dique que separa as águas salgadas do Rio Cacheu, do rio de água doce que a cerca. Era esta a situação de Elalab.
O isolamento era total. O percurso a pé de Elalab para Susana, primeiro ponto de acesso à estrada para S. Domingos durava cerca de 3.5 / 4 horas a pé. Atravessando o dique, segue-se uma zona arenosa de difícil acesso que só um jeep com tracção às 4 rodas consegue vencer.
Tudo começou quando um grupo de mulheres/mães da Tabanca de Elalab sentiram que tinham a obrigação de conseguir melhores condições para que as futuras mães e seus bebés não corressem tão elevados riscos de morte e de doenças graves, durante a gravidez, no parto e depois do parto.
Apelaram para a AD - Acção para o Desenvolvimento, a ONG guineense que procura no terreno ouvir e corresponder aos anseios das populações.
Pretendiam um espaço com mínimo de sanidade e segurança para as futuras mães terem os seus filhos. Habitualmente a sua morança serve de sala de partos e a parteira é uma mulher grande, cujos conhecimentos vêm do empirismo ancestral e da prática vivida.

O Centro Materno Infantil e duas matronas  mulheres habilitadas por um hospital para procederem ao acompanhamento da maternidade, apoiaram no parto e pós parto

A "mindger" que a comunidade de Elalab escolheu para dirigir o Centro materno

"Tudo dgenti" colaborou na construção. Até as crianças da EVA local.
O Centro em construção
O Centro materno-Infantil, quase pronto
A Associação Viver 100Fronteiras ofereceu o equipamento. A população encarregou-se de o transportar
  Um aspecto do interior
Outra vista do interior



Outras necessidades foram levantadas pela população no diálogo com a AD e a Tabanca Pequena:

 Um poço de água 
para garantir a potabilidade da água que vai alimentar o Centro Materno infantil, com sistema de elevação de água para o depósito através de energia solar. 





Um barco 
para fazer o transporte da população até Suzana, reduzindo para cerca de 45 minutos o tempo de percurso. O mesmo barco servirá para o transporte de mercadorias. Possibilita assim, um acesso rápido da população de Elalab aos mercados de Suzana, Varela, S. Domingos ou Ingoré, o que via dinamizar o comércio.
Possibilita ainda, a deslocação rápida a um hospital em caso de doenças graves ou gravidezes de risco.





Uma parceria gerida pela AD, com a colaboração com as Associações:Tabanca Pequena; Tabanka; ENDA e Viver 100fronteiras, com a colaboração activa da população – Homens, mulheres e crianças -  conseguiu transformar o sonho das mulheres e população de Elalab em realidade.
O Centro Materno Infantil está construído e devidamente apetrechado com equipamento hospitalar. Vai a caminho algum equipamento de apoio directo para ser usado pelas matronas, os medicamentos, kits de parto e consumíveis.
A construção foi financiada pela ENDA.
O equipamento hospitalar foi oferecido pela Viver 100Fronteiras.
Os materiais, consumíveis e medicamentos serão fornecidos pela Tabanca Pequena.

O poço de água foi financiado pela Tabanka, estando já em pleno funcionamento

o Barco foi financiado pela Tabanca Pequena que contribuiu com os custos da construção. Tendo a Tabanka oferecido o motor.

PEQUENOS GESTOS QUE DÃO ESPERANÇA DE VIDA À COMUNIDADE DE ELALAB.
Zé Teixeira

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