Cercada de rios e riachos.
Isolada do mundo. Com uma única saída por terra. Um estreito dique que separa
as águas salgadas do Rio Cacheu, do rio de água doce que a cerca. Era esta a
situação de Elalab.
O isolamento era total. O
percurso a pé de Elalab para Susana, primeiro ponto de acesso à estrada para S.
Domingos durava cerca de 3.5 / 4 horas a pé. Atravessando o dique, segue-se uma
zona arenosa de difícil acesso que só um jeep com tracção às 4 rodas consegue
vencer.
Tudo começou quando um grupo de
mulheres/mães da Tabanca de Elalab sentiram que tinham a obrigação de conseguir
melhores condições para que as futuras mães e seus bebés não corressem tão
elevados riscos de morte e de doenças graves, durante a gravidez, no parto e
depois do parto.
Apelaram para a AD - Acção para o
Desenvolvimento, a ONG guineense que procura no terreno ouvir e corresponder
aos anseios das populações.
Pretendiam um espaço com mínimo
de sanidade e segurança para as futuras mães terem os seus filhos.
Habitualmente a sua morança serve de sala de partos e a parteira é uma mulher
grande, cujos conhecimentos vêm do empirismo ancestral e da prática vivida.
O Centro Materno Infantil e duas matronas mulheres habilitadas
por um hospital para procederem ao acompanhamento da maternidade, apoiaram no
parto e pós parto
A "mindger" que a comunidade de Elalab escolheu para dirigir o Centro materno
O Centro em construção
O Centro materno-Infantil, quase pronto
A Associação Viver 100Fronteiras ofereceu o equipamento. A população encarregou-se de o transportar
Um aspecto do interior
Outra vista do interior
Outras necessidades foram
levantadas pela população no diálogo com a AD e a Tabanca Pequena:
Um poço de água
para garantir a potabilidade da água que vai
alimentar o Centro Materno infantil, com sistema de elevação de água para o
depósito através de energia solar.
Um barco
para fazer o transporte da população até Suzana,
reduzindo para cerca de 45 minutos o tempo de percurso. O mesmo barco servirá
para o transporte de mercadorias. Possibilita assim, um acesso rápido da
população de Elalab aos mercados de Suzana, Varela, S. Domingos ou Ingoré, o
que via dinamizar o comércio.
Possibilita ainda, a
deslocação rápida a um hospital em caso de doenças graves ou gravidezes de
risco.
Uma parceria gerida pela AD, com
a colaboração com as Associações:Tabanca Pequena; Tabanka; ENDA e Viver
100fronteiras, com a colaboração activa da população – Homens, mulheres e
crianças - conseguiu transformar o sonho
das mulheres e população de Elalab em realidade.
O Centro Materno Infantil está
construído e devidamente apetrechado com equipamento hospitalar. Vai a caminho
algum equipamento de apoio directo para ser usado pelas matronas, os
medicamentos, kits de parto e consumíveis.
A construção foi financiada
pela ENDA.
O equipamento hospitalar foi
oferecido pela Viver 100Fronteiras.
Os materiais, consumíveis e
medicamentos serão fornecidos pela Tabanca Pequena.
O poço de água foi financiado
pela Tabanka, estando já em pleno funcionamento
o Barco foi financiado pela
Tabanca Pequena que contribuiu com os custos da construção. Tendo a Tabanka
oferecido o motor.
PEQUENOS GESTOS QUE DÃO ESPERANÇA
DE VIDA À COMUNIDADE DE ELALAB.
Zé Teixeira
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